quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Quimeras do não-poeta: o princípio.

No princípio havia o verbo.
No princípio havia o sonho.
No princípio nada há,
senão o desejo de um escape,
a vontade de dizer tudo o que está guardado,
tudo o que arde bem lá no fundo.

Quimeras de vidas não vividas,
que vividas além da vida,
trazem os sentimentos mais extremos,
na vida que é vivida.
Quando o perfeito choca com o real,
quando a alma prova o travo amargo de viver
é nas quimeras que procura a sua cura,
e são elas que lhe mostram a dores da vida.
E nesse ciclo vicioso arrasta todo o seu ser,
pois a essa doença e cura que é sonhar,
entrega-se de corpo, alma e coração.
Nelas encontra a sua razão.
E a sua perdição.
E é esse amor pelo sonho,
e esse ódio pelo sonho,
que o levam a escrever,
sem aprumo nem pretensões,
entregue, talvez, a apenas mais uma quimera.

C.S.

Sem comentários:

Enviar um comentário