sábado, 28 de novembro de 2009

Bill Callahan - Sometimes I wish we were an eagle




Este é o álbum do dia. O segundo álbum deste senhor assinado com o seu nome (muitos o conhecerão antes como Smog). Confesso que não conhecia, até me terem falado deste álbum. Vi a capa e sinceramente não fiquei com grandes espectativas, mas ouvi e fiquei cativado. Uma "voz de bagaço", músicas bastante "softs" e simples com letras bem conseguidas. Uma óptima companhia para o estudo.
Depois de ouvir este experimentei ouvir o seu antecessor "Woke on a Whaleheart". Que decepção. Esperemos que a qualidade seja crescente nos álbuns.

Tenho o péssimo hábito de fugir aos problemas. É um defeito terrível, eu sei, mas demasiadas vezes, apenas os "agarro pelos cornos" quando já estou entre o touro e a parede. A questão é que isso por vezes implica afastar-me de quem não devia, de quem não merecia. Ultimamente partilhar a minha vida entre duas cidades a 300km uma da outra, tem me permitido fazê-lo brilhantemente, por vezes admiro-me a mim próprio a capacidade que tenho de me esquecer dos problemas de Lisboa durante a semana, de estar longe não só em corpo mas também em espírito. Mas, há sempre um mas. Actualmente passo por uma pessoa fria e que ignora os problemas que ficam em Lisboa, ignora mesmo as pessoas que cá ficam, "ele é imaturo, não entende", dizem. E pior: eu próprio começo a acreditar nisso. Começo a acreditar que "levo uma vida dupla" em que ora me preocupo com os problemas de um sítio, ora com os do outro; mas sei que fujo a um deles. Não, não quero ser alguém distante, não quero deixar sozinho quem não merece. Mesmo que isso me custe horrores!

sábado, 21 de novembro de 2009

God Help The Girl




Hoje venho aqui falar deste álbum. Trata-se da banda sonora de um filme homónimo, escrito por Stuart Murdoch, da banda Belle & Sebastian. O que sucede é que este senhor resolveu fazer uma coisa engraçada: cativar as pessoas para o filme, lançando antes a banda sonora. E pelo menos a mim conseguiu, estou curioso para saber se o filme tem a (grande) qualidade deste álbum. Mas falemos então da música. Música calma mas energética q.b., uma voz feminina (Catherine Ireton) muito melodiosa e sexy, acompanhamentos simples mas que ficam no ouvido. Isto tudo, feito numa máquina do tempo que regressou aos anos 60, que nos faz ter vontade de ouvir isto em vinil fazendo baloiçar roupas a roçar o hippie. Apaixonei-me logo na segunda música, homónima do álbum, voltei a apaixonar-me com "Funny little frog", já conhecida dos Belle & Sebastien, mas agora MUITO MELHOR com a voz da menina, e depois com "Come monday night". Muito bom. Mesmo. Oiçam, conselho de amigo. Quando chegarem ao fim do álbum vão pensar "oh, já acabou...". E nessa altura vão buscar o EP "Stills", que entretanto também já saiu, mas que eu ainda não ouvi com atenção.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Sinto-te tremer quando te abraço, sinto os teus lábios tão quentes quando te beijo, sinto a tua respiração ofegante, os arrepios...acho que tens gripe A!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Experiências do catano

Hoje levantei-me inquieto. Acordei antes do despertador tocar, senti a boca seca mas tentei continuar a dormir. Não consegui; algo me dizia que não seria um dia comum, o meu corpo avisava-me que procurava mudança. Uma volta na cama, duas voltas na cama. O despertador toca. Algo me puxava para o mundo, como uma força que não sei descrever, uma determinação de origem desconhecida. Levanto-me, visto-me com a cabeça a mil por hora, mas prestes a parar. Saio de casa sem saber bem onde ia, deixando-me levar por essa mão invisível que me empurrava em direcção à agitação do centro comercial. Aí entrei de vez numa espécie de transe, um estado extra-corpóreo em que não tinha controlo sobre mim, era apenas uma marioneta nas mãos de um desconhecido. Tudo mudou quando uma pequena dor, uma ligeira picada, começou a chamar-me de volta ao mundo. "Veja-se ali no espelho", disse alguém que julguei ser um espírito que me guiava nesta viagem paranormal a indicar-me que veria a minha alma, na sua plenitude, pela primeira vez.

Mas não. Era apenas a senhora da ourivesaria. E quando me olhei no espelho, o que vi foi um brinco na minha orelha.

E pronto, é esta a história, baseada em factos verídicos, de como fiz um piercing!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Mulheres. Aproximam-se do perfeito, mas com defeitos profundos. Defeitos? bem, se calhar não são defeitos, apenas caprichos, os espinhos de uma rosa brava. Seduzem-nos com o seu olhar, ora meigo como a implorar por amor, ora atrevido, a implorar por amor. O seu corpo, as suas formas, os seus seios, tudo nelas roça a perfeição. Sentir o seu toque suave, o seu calor quando as abraçamos, e o cabelo, loiro, moreno, pouco importa, a afagar-nos a face, enquanto a sua voz doce nos dá a conhecer o que querem mostrar da sua alma. A alma. Não deixa nada a desejar àquilo que os olhos vêem. Únicas, mas unidas pelo temperamento caprichoso, pela mil e uma formas de gritarem "preciso do teu amor", sem nunca o dizer, pela teia de artimanhas com que brincam connosco, com que nos dominam sem darmos conta, e nos deixam achar que dominamos, colocando-nos num jogo perigoso, mas no qual não nos conseguimos opor ao desejo de aguardar pela próxima jogada. As mulheres são pura conspiração da natureza para levar os homens à loucura. Uma loucura sadia, irresistível e que tempera a nossa vida. Mas loucura.

Obrigado mulheres, por existirem!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Ouvi dizer

"A cidade está deserta
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte
Nas casas, nos carros,
Nas pontes, nas ruas...
Em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura
Ora amarga, ora doce
Para nos lembrar que o amor é uma doença
Quando nele julgamos ver a nossa cura."

Manuel Cruz